domingo, 13 de setembro de 2015

Encontro

Não há menos nesses lábios
que se beijam,
do que almas que se tocam.

E povoam meus pensamentos,
cada curva do teu corpo.

E as sinto tão reais,
quanto permitiriam que as sentisse,
minhas mãos e minha língua.

Esse instante em que se tocam,
as almas, pelas bocas,
é tão pleno de sentir e sentido,
como o são vivas as manhãs
em que o sol visita o inverno.

Esse instante em que se tocam,
as vidas, pelas línguas,
é tão mágico e sublime,
como o são mágicos e sublimes,
esses momentos em que se entregam,
as tardes às noites de verão.

Meus lábios e os teus,
como um limiar de almas,
e os teus lábios e os meus,
como um sentido de existência...

Nesse encontro de dois mundos,
tenuemente sobrepostos,
separadamente vívidos e unos,
você e eu,
nesse deus-tempo-espaço-manifesto,
como lábios, línguas e almas.