Como escrever sobre o céu,
se não o conheço?
Do céu entendem os pássaros,
que tem nele um destino e um convite,
liberdade viva,
e um confino, e um limite...
Do céu entendem as estrelas,
que por ele, na noite dançam,
e a lua, que reflete o sol que antes foi dia...
Que hei eu de saber do céu,
se no céu não vivo?
O que sei do céu,
é que dele Deus tirou a cor dos teus olhos,
e desde então, dos teus olhos tem o céu inveja.
sexta-feira, 29 de abril de 2016
segunda-feira, 18 de abril de 2016
domingo, 17 de abril de 2016
Temerárido
Temerário é o uso do erário,
e ao vil expediente, diligente,
e nos contam o conto do vigário,
de servir o erário à gente!
O erário serve ao governante,
e seu uso não tem na decência um crivo:
Seja para a esposa, o filho ou amante,
seja verba desviada ou cartão corporativo,
o erário segue, como cortesã elegante,
que um político pedante conduz, lascivo.
Temerário é o uso do erário,
e ao vil expediente, diligente,
e nos contam o conto do vigário,
de servir o erário à gente!
O erário serve esse sujeito,
pouco honesto, o governante:
Seja em campanha ou n'algum pleito,
no calar funesto de ideia dissonante,
o erário segue servindo ao malfeito,
e ao mau jeito desses vermes eloquentes,
seja em artimanhas ou sanhas golpistas,
ou em atos populistas, improbes e indecentes.
Temerário é uso do erário,
e ao vil expediente, diligente,
e nos contam o conto do vigário,
de servir o erário à gente!
e ao vil expediente, diligente,
e nos contam o conto do vigário,
de servir o erário à gente!
O erário serve ao governante,
e seu uso não tem na decência um crivo:
Seja para a esposa, o filho ou amante,
seja verba desviada ou cartão corporativo,
o erário segue, como cortesã elegante,
que um político pedante conduz, lascivo.
Temerário é o uso do erário,
e ao vil expediente, diligente,
e nos contam o conto do vigário,
de servir o erário à gente!
O erário serve esse sujeito,
pouco honesto, o governante:
Seja em campanha ou n'algum pleito,
no calar funesto de ideia dissonante,
o erário segue servindo ao malfeito,
e ao mau jeito desses vermes eloquentes,
seja em artimanhas ou sanhas golpistas,
ou em atos populistas, improbes e indecentes.
Temerário é uso do erário,
e ao vil expediente, diligente,
e nos contam o conto do vigário,
de servir o erário à gente!
sexta-feira, 8 de abril de 2016
Subnominando
A cena diz mais de mim
e de tu, que dá cena.
No truque que encena,
no homem cruzando o beco,
eu vejo um ladrão,
o sindicalista um peão,
e o mendigo, pirão.
Pra cena, beco no homem,
todo mundo é ator:
O ladrão e o peão,
o mendigo e a fome;
Pra cena, beco do homem,
todo mundo é ator,
sendo ou não dor,
tendo ou não nome;
Na cena-beco, nu o homem,
o homem é o beco,
e o beco é o homem.
e de tu, que dá cena.
No truque que encena,
no homem cruzando o beco,
eu vejo um ladrão,
o sindicalista um peão,
e o mendigo, pirão.
Pra cena, beco no homem,
todo mundo é ator:
O ladrão e o peão,
o mendigo e a fome;
Pra cena, beco do homem,
todo mundo é ator,
sendo ou não dor,
tendo ou não nome;
Na cena-beco, nu o homem,
o homem é o beco,
e o beco é o homem.
quinta-feira, 7 de abril de 2016
CheuVer
Estruturam-se atordoados de átomos,
brotam conglomerados de células,
terrenos onde somos condomínio de ideias.
Será que chove?
brotam conglomerados de células,
terrenos onde somos condomínio de ideias.
Será que chove?
Rumanando
É preciso dar nome aos bois:
Marias, Pedros, Joões,
ruminando pelos currais
de suas subjetividades,
em filas de metrô,
nos bretes sujos dos centros,
pisando as dignidades
perdidas pelas parelhas
que por ali passaram,
rumando o abate diário
de quem poderiam ter sido.
Marias, Pedros, Joões,
ruminando pelos currais
de suas subjetividades,
em filas de metrô,
nos bretes sujos dos centros,
pisando as dignidades
perdidas pelas parelhas
que por ali passaram,
rumando o abate diário
de quem poderiam ter sido.
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