sexta-feira, 9 de abril de 2010

Motivação

Mas o que forja o poeta?
Questão primaz esta,
a ser portanto respondida:
Um tanto quanto de desmedida,
paixão não correspondida...

E alguma ausência de sorte,
numa experiência de quase morte...

E uma inquietude doída,
que remédio algum ameniza,
tal qual aberta ferida,
que o tempo não cicatriza:

Sobretudo, desconhecimento:
É decerto questão futura,
para além do firmamento.

Sobra então manter postura,
e abstrair-se do tormento,
inflar alguma vela,
e deixar-se ir ao vento.

Na vida não há manual,
que dirá então previsão,
distância entre bem e mal,
ou espaço para revisão.

Que venha então o vento,
pois as velas estão infladas.

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