sexta-feira, 30 de julho de 2010

Funeral à céu aberto

O centro quase parou,
muitos vieram pra ver,
a vida que então cessou,
embaixo de um carro vermelho.
-
Alguns viram das calçadas,
outros, nem ver quiseram,
uns amontoaram-se às sacadas,
e mais pessoas vieram.
-
Ambulâncias então chegaram,
o trânsito foi desviado,
e homens da lei cercaram,
malogrado carro vermelho!
-
Levaram o corpo sem vida,
restante, apenas matéria,
a alma portanto exaurida,
seguiu em jornada etérea.
-
O guincho com o carro partiu,
mas há vermelho no chão,
da vida que se extinguiu,
de um filho, pai, ou irmão,
-
d'algum outro qualquer,
que chance teve, sequer,
do que narra o desconhecido,
estar por perto pra ver:
-
Seu ente amado e querido,
embaixo de um carro... morrer...

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