Dúvidas sempre cercam,
o pensar de escritor pesaroso:
É sabido que afetos afetam,
seu cunhar mais meritoso...
O poeta não é instrumento,
nem sua pena à qualquer outro serve:
É fruto de seu próprio tormento,
ou de algo que o enerve...
Um poeta nunca é breve,
(o que é breve não é fecundo)
e um poeta só sente-se leve,
ao tratar de algo profundo...
Enquanto usa de enxada,
as suas maiores astúcias,
revolve como toada,
o arado de suas angústias...
E tira mais que proveito,
ao buscar seu entendimento:
Por vezes algum deleito,
nesse ou naquele tormento...
Tal labuta laboriosa,
o tempo de toda essa lida,
dessa lida astuta e formosa,
é o tempo de uma vida:
Uma vida em verso e prosa.
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
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