Desta feita a vi
dobrar a esquina
de um sonho meu.
Tudo era cinza
e tardio inverno.
Garoa e pele
lembravam:
eu vagava por lá.
De um tudo havia:
Pessoas medrosas
fugindo da chuva
e faróis acesos
apontando onde
a pressa alheia mandava.
E lá eu andava:
Sorrateiro seguia
tuas rotas pelas poças...
E eu lá estava:
Entre passos e moças
barulho e tumulto
febre de pressa
e delírio de horas:
Neurose coletiva dentro de mim.
E de cada si
natureza morta
compunha o cenário:
Imaginário...
E a chuva teimou
em lembrar que eu sentia:
Fria...
[...]
E se meu sonho sou eu
e teu sorrir salvação?
É certo saber o que amo
se mal sei que sou?
[...]
Onde quer que vague
levo comigo anseios de ti:
Colorir de meus sonhos.
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