domingo, 13 de junho de 2010

À Dulce Maria

Ao saber que morreria,

escrevera à razão de suas alegrias,

que atendia por Dulce Maria,

o experiente Marinheiro...



...


"À Querida de meus versos, minha Dulce Maria:




Em cada porto que ancoro,

Em toda boca que beijo,

teus lábios é o que devoro,

pois tudo o que mais ensejo,

é um muito de teu sabor,

e um mundo de teu furor!


Nem um pouco, nem um naco,

serei louco, se for parco,

o quanto disso de ti eu tiver...


Venha isso como vier,

que seja intenso e verdadeiro,

aos borbotões, mas muito mesmo,

tão forte, tão por inteiro,

que leve a vagar a esmo,

o mais vivido dos marinheiros!


Tal qual nau a deriva,

na imensidão do mar perdida,

esse sentir que então não priva,

nem teme qualquer ferida,

tal sentir, que não se esquiva...


Peito aberto, rumo o desconhecido,

Busco o sentir que traz à vida,

aquele sentir mais desmedido,

daquele querer, tão sem medida!


Já não sou eu tão mais forte,

me tire da escuridão inerte,

dê-me portanto um norte,

pois sei a data que vem a Dama...


...Aquela que não aceita flerte..."