domingo, 14 de fevereiro de 2016

Estando

Sou estar.

Um estar constante e perecível,
e um tanto sensível à lua cheia,
sou coração e alma e processo,
e pele e carne e sangue e veia,
que pelo tempo trilha:
Sou essa ilha, sou essa aldeia,
em meio ao instante gasto,
e não sou puro e nem sou casto,
nem alheio ao pasto e ao ar,
por ser vida e biologia,
levo essa Vontade de arrasto,
bastarda filha do respirar,
se expandindo pelo lastro,
desse escuro e vasto Universo:
Sou de Deus o Verbo e o Verso,
divino réu confesso vagando errante,
uma ilha-aldeia em meio ao instante,
que nem sabe porque existe.

Mas sou feito de amor e éter,
que por ter sido e ser, insiste,
em viver por respirar,
e respirar por aprender.

Sou crença que perpetua no tempo,
por insistir e crer que há razão de perpetuar-se,
nada mais, nada menos:

D'Eus.