quarta-feira, 23 de março de 2011

Vento-Verso

tem vezes que me entendo
como um dia de inverno
e me prendo olhando o céu

pois sou eu naquelas palavras
atrás das nuvens nubladas
de um dia escuro e cinza

e faço de minhas moradas
todas as horas fadadas
a pintar na folha a paisagem

e nelas também me escondo
de mim que sou negras nuvens
e tempo.

Mas uso preto no branco
caneta e papel e tinteiro
nunca pincel ou ditos ou guache...

E para cada porção de segundos
dissipando uma nuvem distante
me escondo por horas, errante
até que um verso-vento me descubra
e eu enfim me ache.

sábado, 12 de março de 2011

Amante

Teus olhos põe ordem
no caos que sou:
Sereno perto de ti.

E teus lábios esculpem
em traçado ameno
doce convite aos meus...

Te beijo e beijas
e sorris para mim:
Quase morro de amores!

Vontade minha é nascer
e nascer e nascer dia a dia
e poder morrer em teu beijo
e descansar nas covas do teu riso

para todo o sempre.