quarta-feira, 30 de março de 2016
Da afinidade
Afinidade é ponte ligando almas.
estreitempo
o tempo espreita
sem ser notado,
e se estreita,
ao morrer calado.
sem ser notado,
e se estreita,
ao morrer calado.
Pouco a pouco
Te perderei por desatenção:
Pelo Presente negado,
assim, sutil.
Te perderei nos minutos de atraso,
nessas pequenas escolhas quanto a cor,
perfume ou lugar.
Talvez te perca por escolher a hora errada
de dizer a coisa certa,
ou por escolher a hora certa
de dizer desnecessarisinceridades...
Te perderei assim,
por não notar o que não importa.
Pouco a pouco, sem Querer,
quase que não querendo,
é assim que te perderei:
Pequenas prestações de conta velha
que o tempo cobra,
como obra que um artesão esculpe,
em cada entalhe-detalhe,
despretansiosa e minuciosa-mente.
Pelo Presente negado,
assim, sutil.
Te perderei nos minutos de atraso,
nessas pequenas escolhas quanto a cor,
perfume ou lugar.
Talvez te perca por escolher a hora errada
de dizer a coisa certa,
ou por escolher a hora certa
de dizer desnecessarisinceridades...
Te perderei assim,
por não notar o que não importa.
Pouco a pouco, sem Querer,
quase que não querendo,
é assim que te perderei:
Pequenas prestações de conta velha
que o tempo cobra,
como obra que um artesão esculpe,
em cada entalhe-detalhe,
despretansiosa e minuciosa-mente.
palavradas
palavras aladas
atadas por cordas,
saem, em hordas,
de dentro de mim,
contando que
palavras lavradas,
presas à terra,
enraízam quem erra,
dentro de mim,
doendo, porque
palavras mentidas,
mentira-esparrela,
chegaram-se dela
e armaram-se em mim,
preu cair, morto.
atadas por cordas,
saem, em hordas,
de dentro de mim,
contando que
palavras lavradas,
presas à terra,
enraízam quem erra,
dentro de mim,
doendo, porque
palavras mentidas,
mentira-esparrela,
chegaram-se dela
e armaram-se em mim,
preu cair, morto.
segunda-feira, 28 de março de 2016
Tequisla
Sal,
pele,
limão,
lábio,
língua.
Te
quis,
lá:
Tequila.
pele,
limão,
lábio,
língua.
Te
quis,
lá:
Tequila.
Realiverdades
Observo a folha.
Ela está mais verde que o normal,
ela está mais folha que o normal,
ela está mais verde do que folha.
Observo a mim observando a folha.
Que sou eu e o que é folha?
Seria a folha o verde que a folha pintou em mim,
ou seria a folha o verde que pinto em mim ao ver a folha?
Somos o ver da folha,
e há folhas verdes porque as vejo,
e há um eu porque voz em vós as vedes.
Ela está mais verde que o normal,
ela está mais folha que o normal,
ela está mais verde do que folha.
Observo a mim observando a folha.
Que sou eu e o que é folha?
Seria a folha o verde que a folha pintou em mim,
ou seria a folha o verde que pinto em mim ao ver a folha?
Somos o ver da folha,
e há folhas verdes porque as vejo,
e há um eu porque voz em vós as vedes.
sábado, 19 de março de 2016
Sêila
Que é a vida se não sonho que
se vive?
E que é o sonho senão vida
que se sonha?
Ser é saber do que se sente,
e sinto que és tão bela
quanto a luz permite.
És indesculpavelmente bela, e
mais
mais que o verbo alcança e o
sentido percebe.
És indecifravelmente bela, e
mais
mais que o distinguir o real
do sonho permitiria saber.
É tanto que não sinto,
é tanto que não percebo,
é tanto que não distinguo.
Apenas é assim:
Eu apenas Sêila.
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