Tanto quanto me esforce
em ser mais que barro e vontade
e meia verdade livre de sentir
Tanto mais anseie
de todo o meu coração
ver nisso que penso que sou
mais que processo e sentido
Quanto mais moleste
a parte disto que pensa que pensa
prisão de mim em mim mesmo
mais percebo o quão limitado sou:
Sou isso a que chamam de humano.
Quanto mais dobro as palavras
quanto mais as malho e forjo
mais dúvidas moldo
Quanto mais liberto as palavras
mais nesgas de luz-mentira
pelas persianas da consciência
atravessam
Os dias de intenso sol são os mais escuros:
Mesmo onde haja abundante luz
tudo o que eu vir será reflexo de luz
e será mentira que inventei
para esquecer que existo
sem saber por que...
domingo, 18 de dezembro de 2011
A escuridão dos dias de sol
terça-feira, 19 de julho de 2011
Para resolver os problemas de arrecadação no mundo...
Deveria existir uma taxa para quem tacha.
quarta-feira, 13 de julho de 2011
Do poema para a ideia 1:
O poder da palavra está onde a palavra falha. Quem quer que dela se valha,
é falho pois dela precisa: A palavra liberta enquanto escraviza.
é falho pois dela precisa: A palavra liberta enquanto escraviza.
domingo, 12 de junho de 2011
6
A poesia existe onde faltam palavras.
sexta-feira, 10 de junho de 2011
Tixa
Calo teus lábios
beijo tua prece
e tomo teu sono
Torno teu sonho
mundo meu
por agora
De terras minhas
as ancas tuas
e cada desejo teu
Sou mão que semeia
o solo fértil
chuva que fustiga
os campos e a relva
e também vento morno
que poliniza tuas videiras
Meu mundo é tu
e teu fruto-ventre
alimenta eu Ímpeto:
Perpetuo-me.
Tua boca emutece o suspiro
tudo mudo no fim de tudo
nem mais mundo
nem mais prece:
Apocalip-se.
beijo tua prece
e tomo teu sono
Torno teu sonho
mundo meu
por agora
De terras minhas
as ancas tuas
e cada desejo teu
Sou mão que semeia
o solo fértil
chuva que fustiga
os campos e a relva
e também vento morno
que poliniza tuas videiras
Meu mundo é tu
e teu fruto-ventre
alimenta eu Ímpeto:
Perpetuo-me.
Tua boca emutece o suspiro
tudo mudo no fim de tudo
nem mais mundo
nem mais prece:
Apocalip-se.
A. E.
Desta feita a vi
dobrar a esquina
de um sonho meu.
Tudo era cinza
e tardio inverno.
Garoa e pele
lembravam:
eu vagava por lá.
De um tudo havia:
Pessoas medrosas
fugindo da chuva
e faróis acesos
apontando onde
a pressa alheia mandava.
E lá eu andava:
Sorrateiro seguia
tuas rotas pelas poças...
E eu lá estava:
Entre passos e moças
barulho e tumulto
febre de pressa
e delírio de horas:
Neurose coletiva dentro de mim.
E de cada si
natureza morta
compunha o cenário:
Imaginário...
E a chuva teimou
em lembrar que eu sentia:
Fria...
[...]
E se meu sonho sou eu
e teu sorrir salvação?
É certo saber o que amo
se mal sei que sou?
[...]
Onde quer que vague
levo comigo anseios de ti:
Colorir de meus sonhos.
dobrar a esquina
de um sonho meu.
Tudo era cinza
e tardio inverno.
Garoa e pele
lembravam:
eu vagava por lá.
De um tudo havia:
Pessoas medrosas
fugindo da chuva
e faróis acesos
apontando onde
a pressa alheia mandava.
E lá eu andava:
Sorrateiro seguia
tuas rotas pelas poças...
E eu lá estava:
Entre passos e moças
barulho e tumulto
febre de pressa
e delírio de horas:
Neurose coletiva dentro de mim.
E de cada si
natureza morta
compunha o cenário:
Imaginário...
E a chuva teimou
em lembrar que eu sentia:
Fria...
[...]
E se meu sonho sou eu
e teu sorrir salvação?
É certo saber o que amo
se mal sei que sou?
[...]
Onde quer que vague
levo comigo anseios de ti:
Colorir de meus sonhos.
Produto
Que sou eu
senão fim
de meus meios?
Que é coragem
senão temer
ter receios?
Que é viver
senão privar-se
de anseios?
Que é distar
senão partir errante
ou manter-se distante?
E que é morrer
Senão ao pó voltar,
Triunfante?
senão fim
de meus meios?
Que é coragem
senão temer
ter receios?
Que é viver
senão privar-se
de anseios?
Que é distar
senão partir errante
ou manter-se distante?
E que é morrer
Senão ao pó voltar,
Triunfante?
segunda-feira, 2 de maio de 2011
Eu palavra
Posso chamar de minhas
palavras que me deixam
para ganhar o mundo?
Valor algum às palavras:
apenas ao que sinto
quando as deixo ir.
...
Vai palavra
e leva de mim o pouco
o pouco que cabe em ti:
E deixa de mim o eu
o eu que de mim não larga
o eu que define o ego
esse eu que de mim é chaga!
Deixa de mim o eu
o eu que de mim é chaga
pois no eu que define o eu
vive o eu que mais agrada:
Palavra fadada a morrer muda.
palavras que me deixam
para ganhar o mundo?
Valor algum às palavras:
apenas ao que sinto
quando as deixo ir.
...
Vai palavra
e leva de mim o pouco
o pouco que cabe em ti:
E deixa de mim o eu
o eu que de mim não larga
o eu que define o ego
esse eu que de mim é chaga!
Deixa de mim o eu
o eu que de mim é chaga
pois no eu que define o eu
vive o eu que mais agrada:
Palavra fadada a morrer muda.
domingo, 24 de abril de 2011
Pensamento número 5:
Metade da obra de arte é feita por quem a vê.
quarta-feira, 23 de março de 2011
Vento-Verso
tem vezes que me entendo
como um dia de inverno
e me prendo olhando o céu
pois sou eu naquelas palavras
atrás das nuvens nubladas
de um dia escuro e cinza
e faço de minhas moradas
todas as horas fadadas
a pintar na folha a paisagem
e nelas também me escondo
de mim que sou negras nuvens
e tempo.
Mas uso preto no branco
caneta e papel e tinteiro
nunca pincel ou ditos ou guache...
E para cada porção de segundos
dissipando uma nuvem distante
me escondo por horas, errante
até que um verso-vento me descubra
e eu enfim me ache.
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Vida
sábado, 12 de março de 2011
Amante
Teus olhos põe ordem
no caos que sou:
Sereno perto de ti.
E teus lábios esculpem
em traçado ameno
doce convite aos meus...
Te beijo e beijas
e sorris para mim:
Quase morro de amores!
Vontade minha é nascer
e nascer e nascer dia a dia
e poder morrer em teu beijo
e descansar nas covas do teu riso
para todo o sempre.
domingo, 13 de fevereiro de 2011
Für Elise
a despeito da multidão
alarido de rua e de tudo
turbilhão de gente e povo
te encontraria sem ver-te.
Lá estarei
feito vulto
olhando inerte
em vigília de teus passos
um voyeur de teus jeitos
em cada passeio por onde transitas
em viela qualquer do bairro que habitas
guardarei eu um de teus lados
e dele farei minha morada:
Da tua esquerda a alma penada,
serei eu até o fim de teus dias...
alarido de rua e de tudo
turbilhão de gente e povo
te encontraria sem ver-te.
Lá estarei
feito vulto
olhando inerte
em vigília de teus passos
um voyeur de teus jeitos
em cada passeio por onde transitas
em viela qualquer do bairro que habitas
guardarei eu um de teus lados
e dele farei minha morada:
Da tua esquerda a alma penada,
serei eu até o fim de teus dias...
O dia em que a noite perdeu
quis ouvir o silêncio
mas essa noite não pára
não tarda barulho ou outro
em visitar minha sacada...
verdes folhas das palmeiras
vestidas de cinza escuro
estalam ao gosto do vento frio
que açoita minha janela.
quis ouvir quem deixou a noite
para sempre morrer nos passos
de um passante desavisado...
noite fajuta essa!
nem pereceu noite:
o horizonte sequer foi negro
e o céu não mostrou estrelas
só cinza-chumbo-sem-graça
por trás das árvores-casas-latidos
e eu a li e batizei:
o dia em que a noite perdeu
o silêncio
o viço
e o breu...
e o encanto.
mas essa noite não pára
não tarda barulho ou outro
em visitar minha sacada...
verdes folhas das palmeiras
vestidas de cinza escuro
estalam ao gosto do vento frio
que açoita minha janela.
quis ouvir quem deixou a noite
para sempre morrer nos passos
de um passante desavisado...
noite fajuta essa!
nem pereceu noite:
o horizonte sequer foi negro
e o céu não mostrou estrelas
só cinza-chumbo-sem-graça
por trás das árvores-casas-latidos
e eu a li e batizei:
o dia em que a noite perdeu
o silêncio
o viço
e o breu...
e o encanto.
sábado, 12 de fevereiro de 2011
Pensamento número 3
Angústia é exigir mais da vida do que ela pode dar.
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
O Viking
braços e remos
prumam...
estrela polar
horizonte escuro
destino incerto...
vento favor
proa no mar
remar sem cansar
rumar, rumar...
estalam, gemem
popa, proa e leme...
vela içada
seguir estrela
o Norte à frente
memória ingrata
saúda a dama
que em terra firme
aguarda a volta...
que volta?
Corpo indolente
traz para a luz
o vento que corta...
corta na carne
sem piedade
frio e infame
vento saudade!
o fim do mundo
nos aguarda
hordas sem fim
de bravos sem nome
em lanças-escudos...
e o fim de tudo
ao alcance das mãos,
num grito mudo...
Liberdade por fim!
um remar sem temer
num sangrar de saudades
da dama que abriga
o rebento que cresce...
prumam...
estrela polar
horizonte escuro
destino incerto...
vento favor
proa no mar
remar sem cansar
rumar, rumar...
estalam, gemem
popa, proa e leme...
vela içada
seguir estrela
o Norte à frente
memória ingrata
saúda a dama
que em terra firme
aguarda a volta...
que volta?
Corpo indolente
traz para a luz
o vento que corta...
corta na carne
sem piedade
frio e infame
vento saudade!
o fim do mundo
nos aguarda
hordas sem fim
de bravos sem nome
em lanças-escudos...
e o fim de tudo
ao alcance das mãos,
num grito mudo...
Liberdade por fim!
um remar sem temer
num sangrar de saudades
da dama que abriga
o rebento que cresce...
domingo, 23 de janeiro de 2011
O dia em que as palavras sumiram
Choveu, e só fez chover,
Foi feio, feio e nublado,
e triste, triste de doer,
o dia que as palavras sumiram!
Partiram, e não de um lábio,
nem verteram, de pena alguma,
apenas foram-se, uma a uma,
feito fila muda, e desavisada.
Endereço ou recado deixaram,
nem agrado aos ouvidos,
sopraram...
O tempo de palavras fartas,
é tempo passado, são tempos idos...
Preposição alguma ficou:
Onomatopéias calaram,
Os sujeitos morreram,
e adjetivos perderam,
seus predicados!
Voltarão as palavras,
a adoçar meus ouvidos,
descrever-me a vida,
e aguçar meus sentidos?
Voltarão, períodos,
a compor partituras,
e em arroubos divinos,
recriar criaturas,
e matá-las depois?
Tornarão a escrever,
em barulhentas pinturas,
as loucuras e tolices,
sandices bem cruentas,
que prescindem de vós?
Voltem, palavras,
sois de muito a vazão:
Toda essa mente inquieta,
tem em ti maior precisão,
pois sois também a razão,
dessa vida tão completa,
de Aprendiz, Desatino,
e quiçá um dia, de Poeta.
Foi feio, feio e nublado,
e triste, triste de doer,
o dia que as palavras sumiram!
Partiram, e não de um lábio,
nem verteram, de pena alguma,
apenas foram-se, uma a uma,
feito fila muda, e desavisada.
Endereço ou recado deixaram,
nem agrado aos ouvidos,
sopraram...
O tempo de palavras fartas,
é tempo passado, são tempos idos...
Preposição alguma ficou:
Onomatopéias calaram,
Os sujeitos morreram,
e adjetivos perderam,
seus predicados!
Voltarão as palavras,
a adoçar meus ouvidos,
descrever-me a vida,
e aguçar meus sentidos?
Voltarão, períodos,
a compor partituras,
e em arroubos divinos,
recriar criaturas,
e matá-las depois?
Tornarão a escrever,
em barulhentas pinturas,
as loucuras e tolices,
sandices bem cruentas,
que prescindem de vós?
Voltem, palavras,
sois de muito a vazão:
Toda essa mente inquieta,
tem em ti maior precisão,
pois sois também a razão,
dessa vida tão completa,
de Aprendiz, Desatino,
e quiçá um dia, de Poeta.
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